quinta-feira, 2 de julho de 2015

Eu não quero ir



Poucas sensações se assemelham a esta, o nó na garganta que engole o choro, estomago doído, um desespero silencioso, o ponto final que tanto assusta.
Por aqui tudo é tão breve, basta respirar que acaba, segura o grito que vai doer, o olhar do cão dizendo tchau, quem dera ele falasse, quem dera ele agarrasse meus pés com os dentes, como faz quando a gente não quer ir?
Eu conheci o amor em um homem que cheira a café e erva, um homem que não liga quando eu saio sem pentear  o cabelo porque não achei o pente, um homem que diz não ao não, um homem que entrelaça as mãos nas tuas enquanto dorme.
Por que diabos perdi? Qual loucura cometi? Uma porrada de covas que eu própria cavei, quando eu vou conseguir acertar de primeira? Minha marca fodida, um pé na minha bunda, custo a acreditar...
Minha habilidade emocional é uma roleta russa, de vez em sempre ela acerta a pior merda possível, a bala entra e o choro sai, a vida não costuma me dar segundas chances, é como se eu sempre precisasse da primeira surra, mas a revanche nunca me é concedida. A corda arrebenta me fazendo ralar os joelhos, quando levanto ela já não está mais lá.
Em dias quentes a água pode afogar suas mágoas, você afunda até o pulmão gritar, isso pode lhe salvar de quase tudo. Em dias frios não há quem se salve, por isso as pessoas são tão pouco sorridentes na Europa...
O amor vai muito além do que eu possa imaginar, ultrapassa barreiras improváveis, tem a paciência de um monge tibetano, porém, são os seres humanos que amam, e eles sob toda  instabilidade e fragilidade tentam arduamente não perder o fio da meada.
Por que as escolas não nos ensinam como amar? Não quero morrer destruindo casas que eu ainda estava construindo...

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