quinta-feira, 16 de julho de 2015

Quem tem medo de ir embora?



A vida humana é um sorriso antipático, um choro no escuro debaixo do cobertor, um grito que ecoa no abismo. 
Meu bem, eu poderia lhe dizer mil coisas, mas seria um disparate, estou sob uma enxurrada de emoções borbulhantes, falar agora só pioraria as coisas.... 
Quem tem medo de ir  embora? Eu...? O amor é algo extremamente profundo, muito além do que se pode imaginar ele desnuda tua alma de uma só vez. Leiga como era, sempre calculei que paixões fossem o ponto mais alto e insano da vida de alguém, quanta inocência! 
Por paixão se mata, por amor.... você permanece, de forma leal, de alma lavada, um desejo incontrolável de ter  o outro em sua cama segurando-lhe entre os braços, amando-lhe reciprocamente. 
Eu temo não ser o suficiente, eu não calculei a dificuldade em ser suficiente para alguém, em arrancar-lhe sorrisos diários, eu não posso ser tua companhia na mesa, nem fugir para o mato, nem viver sob palmeiras, gritantemente eu procuro uma solução para me encaixar aqui, bem aqui dentro, dentro de você, mas todos os cantos são irregulares, ou talvez eu que seja irregular demais. 
Falta-me saúde para lhe acompanhar, falta-me flexibilidade, falta-me idade, meu estômago embrulha só de pensar no adeus, quantas camadas foram necessárias para que você penetrasse tão dentro? Até o vocabulário se camaleou ao seu, me encontrei em ti,  para depois me perder no mais íntimo do teu ser. 
As palavras estão escassas, tempo demais amando, tempo demais sorrindo, tempo demais em atritos, o elo que nos liga é um emaranhado de nós, ao menos para mim, sei que em ti tudo é mais simples, desde o olá até o adeus, alguns homens não hesitam, você é um deles. 
Admiro quem você é, gosto do teu cheiro, teu chamego, e até sua perturbadora habilidade em deixar para trás, eu amo cada parte do teu ser, eu jurava que histórias de amor verdadeiro fossem inacessíveis a mim...
Eu odeio quando minha voz lhe atinge de forma grosseira, odeio quando ao invés de beijos dou-lhe ofensas, odeio quando minha espinha dói de medo ao olhar no fundo dos teus olhos estritamente racionais.
Quem não se encaixa precisa ser mandado de volta, eu não estou me encaixando; não é mesmo? Quanto de uma mulher pode ser esquecido? Tudo? Passei a vida desacreditada de tudo, ser otimista nunca foi uma qualidade minha, quem dera eu conseguisse ser budista, alcançar um nível de zen-situde máxima estando de ponta cabeça, quem dera eu fosse o buda.
Eu quase fugi da escola, só li putaria e desgraça, delirei por anos, vivi de vícios, a lealdade e profundidade existente em mim só você alcançou, um eu que não vai embora, um eu que pede para ficar, um eu que insiste em dizer; continue...
Português chutado, escrita desconexa e chula, história pisoteada, amor escaldado, eu só quero dormir ao seu lado, eu só quero construir aquilo que jamais imaginei um dia, mas me diga, quem tem medo de ir embora?
Eu sei a resposta, obvio.
Uma pena!
Eu... todos os meus eus em uma única causa, pela primeira vez, meu amor!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Eu não quero ir



Poucas sensações se assemelham a esta, o nó na garganta que engole o choro, estomago doído, um desespero silencioso, o ponto final que tanto assusta.
Por aqui tudo é tão breve, basta respirar que acaba, segura o grito que vai doer, o olhar do cão dizendo tchau, quem dera ele falasse, quem dera ele agarrasse meus pés com os dentes, como faz quando a gente não quer ir?
Eu conheci o amor em um homem que cheira a café e erva, um homem que não liga quando eu saio sem pentear  o cabelo porque não achei o pente, um homem que diz não ao não, um homem que entrelaça as mãos nas tuas enquanto dorme.
Por que diabos perdi? Qual loucura cometi? Uma porrada de covas que eu própria cavei, quando eu vou conseguir acertar de primeira? Minha marca fodida, um pé na minha bunda, custo a acreditar...
Minha habilidade emocional é uma roleta russa, de vez em sempre ela acerta a pior merda possível, a bala entra e o choro sai, a vida não costuma me dar segundas chances, é como se eu sempre precisasse da primeira surra, mas a revanche nunca me é concedida. A corda arrebenta me fazendo ralar os joelhos, quando levanto ela já não está mais lá.
Em dias quentes a água pode afogar suas mágoas, você afunda até o pulmão gritar, isso pode lhe salvar de quase tudo. Em dias frios não há quem se salve, por isso as pessoas são tão pouco sorridentes na Europa...
O amor vai muito além do que eu possa imaginar, ultrapassa barreiras improváveis, tem a paciência de um monge tibetano, porém, são os seres humanos que amam, e eles sob toda  instabilidade e fragilidade tentam arduamente não perder o fio da meada.
Por que as escolas não nos ensinam como amar? Não quero morrer destruindo casas que eu ainda estava construindo...