domingo, 17 de agosto de 2014

Não me dê a mão


Eu não tenho direção, não conheço retas lineares, todo o meu ser é um pequeno universo desconexo, vivo na corda bamba, na beira do abismo, na boca do lobo... Não importa o dia, é sempre perigoso trilhar esse caminho, ao meu lado você pode adentrar um paraíso cujo o céu tem as cores das chamas do inferno.                                                                                       Intensas erupções sobre a pele da alma, sangram, vazam, algumas tornam-se grandes feridas enquanto outras viram manchas escuras, cicatrizes sem forma, mas por todo corpo elas voltam a explodir, as emoções continuam a transbordar, vivendo em eterna erupção humana, desumana, sobre-humana, sub-humana e qualquer coisa que eu possa ser ou não ser. E em como todo universo; há um buraco negro, nunca é suficiente, nada alimenta, e nada me prende por muito tempo, cuspindo na poética do texto: sou uma cusona!                                            
As vezes o prazer parece ser o único e verdadeiro deus existente na terra, venero-o como uma beata, escrava do hedonismo que se arrasta como um morto vivo, mas ataca como um lobo esfomeado.                                                                                           Minhas emoções rezam, mas dão tiros no escuro, e o sangue que escorre quase sempre é o meu ou daqueles que amo. Amanhã é sempre outro dia, afundo-me nas turbulências, afogo-me  em tragédias, delicio-me em prazeres, me dê a mão, eu tentarei te amar, você pode acabar sem o braço, o veneno tem sabor de licor, eu vou tentar lhe amar, e vai doer, não importa quem seja você.

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